Monica Levi, médica e diretora da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), em recente entrevista, deu depoimento sobre a eficácia e segurança da vacinação infantil contra o coronavírus, porém se preocupa com as campanhas de desinformação que plantaram dúvidas sobre a imunização pediátrica e seus impactos na saúde coletiva nos pequenos cidadãos brasileiros.
Na guerra ao coronavírus, além das medidas sanitárias recomendadas pelas autoridades de saúde como distanciamento e uso de máscaras, uma das principais armas é a vacina, que o avanço científico permitiu o aparecimento meses após a explosão mundial da doença
Como toda guerra ou calamidade mundial, uma das primeiras a serem tombadas é a verdade, há uma avalanche de desinformação e notícias falsas sobre a vacinação questionando a imunização, especialmente de crianças de 5 a 11 anos, a faixa etária que a vacinação foi autorizada pela agência reguladora.
Portanto, neste cenário preocupante no que o Marketing pode ajudar? Antes de tudo, é necessário planejar um programa de informação sobre a vacinação infantil e, Philip Kotler, o principal autor de Marketing, pode nos ajudar.
Primeiramente, temos o Mercado-Alvo das crianças de 5 a 11 anos e seus responsáveis. O Posicionamento trata os benefícios oferecidos pela vacinação infantil e a segurança e eficácia dos imunizantes. Considerando que o Brasil é um país continental, a Segmentação de campanhas de vacinação respeitando problemáticas regionais é relevante, compreendendo a particularidades locais.
Compreender as pessoas como focos (responsáveis pelas crianças e as crianças) como um Mercado Consumidor, isto é, formado por famílias que serão ofertadas o produto de saúde chamado vacina como Clientes Finais.
A partir daí, é essencial sinalizar os Fatores Culturais que reforçam a vacinação infantil, em que os planejadores de saúde pública, devem evocar o alto hábito e costume brasileiro de vacinação. Os familiares mais velhos das crianças já foram vacinados e resguardados há décadas, logo, é a vez dos pequenos continuarem a tradição de serem protegidos pela imunização.
Uma das questões a serem levantadas são os Fatores Psicológicos do Marketing para vacinação infantil, em que a Aprendizagem é um dos principais meios psicológicos já que o indivíduo reage a um comportamento esperado por recompensas e punições. O reforço da ideia de saúde é uma recompensa almejada pela vacinação, a não vacinação gera problemas de saúde e dificuldades de relações sociais já que há restrições para não imunizados.
Neste sentido, é importante direcionar os Fatores Sociais, trabalhando a ideia de que a vacina não é apenas uma segurança individual, mas uma proteção para a imunidade coletiva e bem-estar da comunidade, especialmente das crianças que tem contatos com parentes idosos, que são mais suscetíveis as enfermidades.
Finalmente, temos os Fatores Pessoais que estão relacionados as percepções individuais e estilos de vida. Assim, a vacinação pode se deter em personagens que trazem o heroísmo e exemplo de valores para as crianças, sendo um dos mais famosos, usado há décadas em campanhas de vacinação infantil, o icônico Zé Gotinha. Eventuais personagens e figuras de referências da grande mídia com imagem favorável às crianças devem ser usadas a exaustão.
O desafio é de todos na luta contra a pandemia, mas uma administração de marketing da vacinação infantil ajudaria muito ao restabelecer a verdade e cuidado às crianças até com um slogan mercadológico: “quem ama, vacina.”
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